segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Dinamizar Eleições com as TIC

Por Ana França

“Eleições” é sinónimo de movimento.

“Eleições” com mais de uma lista é indicador de vivacidade.

Os tempos mudam e, actualmente, não se pode pensar em intervenção cívica e social sem “pensar” uma campanha eleitoral situada no espaço ampliado de comunicação que a Internet possibilita.

“Pensar” em comunicação mediaticamente assistida já não é equacionar uma realidade distante. É pensar no dia-a-dia, no como fazer quotidiano, em que, nos últimos anos, se abriu um espaço/tempo de ligação e relacionamento plural, alargado e modulado em novas oportunidades de exposição, debate, reflexão e partilha das temáticas em presença – em suma, é sinónimo de actualidade.

É esta dinâmica, com todas as possibilidades, recursos e experiências de comunicação que possibilita, que se desencadeou e que temos estado a viver no actual processo eleitoral. Todo este manancial de VIDA, MOVIMENTO e COMUNICAÇÃO, no seio de uma Associação de “pequeno porte”, no mundo associativo, como é a APEI, é sinal de empenhamento e de criatividade, de vontade de participar e de colaborar, e as redes sociais (de carácter, eminentemente “virtual”) potenciam a colaboração, animam a partilha, enriquecem a análise, a discussão de temas, de ideias, de convicções… Em suma, envolvem as pessoas e desmistificam as hierarquias na posse dos saberes e das opiniões – todos são verdadeiramente livres e simultaneamente responsáveis por colaborar e participar. E não será este o cerne fundamental da ideia de associação?

Visito diariamente o blogue MaisAPEI, da Lista B – é normal, é a “minha” Lista. Visito também o blogue APEI com Futuro, da Lista A. E penso: que bom, este processo, em que se alargam campos de opinião e se traçam perspectivas de como avançar, fazendo da APEI uma Associação viva, participada e actual, ao serviço da Educação de Infância e dos Educadores que a ela se dedicam. Sinto expectativa e entusiasmo. Pelo processo eleitoral que está em curso, em si mesmo. É sinal de democraticidade, de pluralidade, de participação empenhada! Mas também de crescimento, de maturidade, de emancipação. A APEI é de todos nós, e uma das coisas que ressalta deste “debate” assistido pela tecnologia disponível (com a Internet à cabeça) é a prova de que nos importamos…

Não se sabe se é a nossa Lista B – a lista da Equipa que um dia, se lançou nesta aventura de fazer acontecer mais que uma proposta para dar continuidade à vida da APEI – que vai ganhar.

Assim como não se sabe se é a Lista A – a lista da Equipa residente, que tem estado à frente da APEI – que ganhará, dando continuidade ao seu mandato.
Mas, acima de tudo, o que importa sublinhar é que existem duas Listas – existe, por isso, saúde associativa, vitalidade, participação, pluralidade de opiniões e de linhas programáticas.

Importa também dizer, neste momento, que à Lista B, independentemente dos resultados eleitorais, fica claramente associado o facto histórico, na vida da APEI, de ter provocado este movimento, esta forte e proactiva força de participação: não é a primeira vez que acontecem duas listas, dois projectos, duas propostas, dois motivos para pensar e reflectir a nossa Associação, mas é a primeira vez que acontece um verdadeiro debate de ideias em torno da missão da Associação!

Esta ideia de que estamos a fazer nascer um novo ciclo na APEI, de que estamos a implementar um movimento de debate e de participação que deverá ir para além do dia 4 de Fevereiro, é um tema de opinião e reflexão recorrente e consensual em muitos dos educadores que se têm manifestado, neste tempo de campanha, que é importantíssimo salientar. Estamos perante uma dinâmica que nos deve levar a interrogarmo-nos (nas duas listas, obviamente) sobre o vigor e a pertinência dos projectos que temos, independentemente do resultado: quer seja a vitória quer seja a derrota, saberemos nós (nas duas listas, obviamente), desde já, posicionarmo-nos proactivamente, dizendo ‘sim’, inequivocamente, à participação que poderemos dar à APEI, para além deste tempo de eleições?

E, não menos importante, saberemos nós (nas duas listas, obviamente), uma vez anunciada a Equipa que ganhou, dar espaço e receber democraticamente opiniões, propostas e críticas construtivas de pessoas afectas à lista contrária? Porque de facto é disto que se trata: sabermos (nas duas listas, obviamente) se, para além desta campanha e das palavras ditas e escritas, estamos seriamente empenhados em ir para além de declarações de intenções e efectivamente procurarmos estratégias que consubstancializem esta ideia de que a APEI é de todos e para todos.

É que o tempo de eleições não vale por si só, não existe para si próprio; vale em função de um caminho que se abre logo após, ou seja, citando uma opinião consensual na Lista B, deveremos ter a consciência e a lucidez de ver para além de uma campanha eleitoral. Devemos claramente dizer que estamos aqui, neste processo, pela Educação de qualidade e, quer venhamos a ser Órgãos Sociais agora, mais tarde ou nunca, a nossa posição não deixará de ser em prol dessa qualidade. O que só dignifica e enriquece a nossa classe profissional, pois somos todos Educadores.

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